A inteligência artificial vai substituir a escassez de mão de obra no varejo supermercadista?
- Fabiano Polese
- 4 de mai.
- 2 min de leitura
A inteligência artificial vai substituir o ser humano? Ou vai preencher o vazio deixado pela escassez de mão de obra no varejo supermercadista?
A discussão sobre o avanço da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho tem gerado sentimentos diversos: curiosidade, entusiasmo, mas também medo. No setor supermercadista, esse debate se intensifica à medida que tecnologias ganham espaço nas rotinas operacionais - desde etiquetas eletrônicas e sistemas automatizados de precificação até softwares que controlam validade de produtos e plataformas de autoatendimento. No entanto, há um contraponto fundamental que precisa ser considerado: hoje, falta gente disposta e preparada para ocupar essas funções. A realidade é que a IA não está “roubando” empregos. Ela está ocupando os postos que ficaram vagos.
Supermercadistas de todo o Brasil enfrentam uma dificuldade crescente para contratar e reter profissionais, especialmente em setores estratégicos como o Açougue, Padaria e Hortifrúti. A rotatividade é alta, a qualificação nem sempre acompanha as demandas e muitos candidatos não se interessam por cargos que exigem esforço físico, rotina intensa e atendimento direto ao público. Nesse cenário, a IA e outras tecnologias deixam de ser ameaça e passam a ser solução.

Um sistema de IA que analisa o histórico de vendas e sugere pedidos mais precisos, por exemplo, reduz perdas e aumenta a eficiência da equipe de compras. Totens de autoatendimento desafogam os caixas tradicionais e ajudam a manter um bom fluxo mesmo quando há poucos operadores. Aplicativos que controlam validade evitam desperdícios e aumentam a segurança alimentar - sem precisar de mais funcionários na retaguarda. Tudo isso contribui para que o supermercado funcione melhor, com mais controle e rentabilidade, mesmo com um time reduzido.
Isso não significa, é claro, que o fator humano será descartado. Pelo contrário: a inteligência artificial precisa de pessoas para ser bem implantada, monitorada e ajustada conforme as necessidades da loja. Além disso, as interações humanas continuam sendo um diferencial no atendimento ao cliente — e é aí que o treinamento, o engajamento e a valorização da equipe ganham ainda mais importância.
A transformação digital no varejo não é mais uma tendência: é uma resposta prática à realidade que os supermercados vivem hoje. A IA não é uma inimiga. É uma aliada. E quem entender isso antes, certamente estará mais preparado para vencer os desafios do presente e construir o supermercado do futuro.
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