top of page

Arroz e feijão na entrada do supermercado? Uma aula prática de Gerenciamento por Categorias com Michael Varjão

Em uma publicação recente no LinkedIn, o especialista em Gerenciamento por Categorias, Sortimento Estratégico, Planogramas e Trade Marketing, Michael Varjão, compartilhou uma verdadeira aula a partir de uma observação simples, porém estratégica: uma exposição de arroz e feijão logo na entrada de um supermercado na cidade de Beberibe (CE).


Arroz e feijão na entrada da loja. Foto: Michael Varjão
Arroz e feijão na entrada da loja. Foto: Michael Varjão

A cena chamou a atenção não apenas pelo destaque dado aos produtos, mas por levantar uma clássica e necessária reflexão no varejo:

“Está certo posicionar arroz e feijão logo na entrada da loja?”


Pela ótica técnica do modelo de Gerenciamento por Categorias (GC) desenvolvido por Brian Harris, a primeira resposta seria não. Isso porque arroz e feijão são categorias de rotina, caracterizadas por:

  • Alta frequência de compra;

  • Forte planejamento prévio;

  • Alta sensibilidade ao preço;

  • Intenção clara de compra por parte do shopper.


Nesse modelo tradicional de GC, categorias de rotina devem estar no fundo da loja. A lógica é simples: conduzir o cliente por diversos setores até chegar a esses itens essenciais, estimulando assim compras por impulso, vendas adicionais e maior rentabilidade para o supermercado.


No entanto, como bem destacou Michael Varjão, o varejo regional exige leitura de contexto. E em Beberibe, esse contexto faz toda a diferença.


O Papel do Contexto no Varejo Regional

Em Beberibe, os clientes realizam compras de abastecimento familiar, com forte vínculo cultural aos grãos locais, como o feijão corda e o fradinho — mais tradicionais na região que o popular feijão carioca. Além disso, há uma expectativa clara do shopper de resolver rapidamente a compra dos itens básicos logo na entrada da loja.


Nesse cenário, posicionar arroz e feijão na entrada faz sentido do ponto de vista do cliente. Atende diretamente uma necessidade cultural, emocional e prática. Porém, do ponto de vista estratégico para o negócio, esse posicionamento traz custos ocultos:

  • Reduz a condução do fluxo pelo interior da loja;

  • Diminui oportunidades de exposição de produtos com maior margem;

  • Pode impactar negativamente o ticket médio incremental.



A Solução Inteligente: Equilíbrio entre Experiência e Estratégia
Michael Varjão
Michael Varjão

Michael Varjão propõe uma solução equilibrada que une o melhor dos dois mundos:

  • Criar um ponto de impacto com arroz e feijão na entrada, cumprindo o papel emocional e funcional de resolver rapidamente a necessidade do shopper.

  • Manter o sortimento completo desses grãos no fundo da loja, garantindo a condução do fluxo e aproveitamento das oportunidades comerciais ao longo da jornada de compra.


Esse exemplo mostra, na prática, que Gerenciamento por Categorias vai muito além da organização de gôndolas. Trata-se de entender o comportamento do consumidor, aplicar estratégias locais e tomar decisões baseadas em objetivos claros.


Como finaliza Michael Varjão:

"No Gerenciamento de Categoria, quase tudo é possível desde que se saiba exatamente para quem, por quê e com qual objetivo. Sem clareza nos objetivos, qualquer exposição vira apenas arrumação de gôndola."

Esse é o verdadeiro GC na prática: compreender o shopper, respeitar a cultura local e equilibrar necessidades com rentabilidade.



Comments


conexao expo 2025.png

FEIRA DE NEGÓCIOS PARA
SUPERMERCADISTAS
7 a 9 Abril 2026 - São Paulo

Venda Congresso.png
Congresso para Supermercados de Bairro
Venda Açougue.png
Workshop Açougue de Primeira
bottom of page