A exposição vertical de produtos de fiambreria e queijos fatiados: vantagens e desvantagens no autosserviço
- Fabiano Polese
- 29 de abr.
- 3 min de leitura
A forma como os produtos são expostos em um supermercado exerce grande influência sobre a decisão de compra do cliente e o desempenho das vendas. No caso da fiambreria e dos queijos fatiados, a exposição vertical em balcões de autosserviço vem ganhando espaço como uma solução prática e eficiente. No entanto, é importante analisar tanto as vantagens quanto as desvantagens dessa escolha, para garantir que a estratégia esteja alinhada aos objetivos de venda e à experiência que se deseja proporcionar ao consumidor.

Uma das principais vantagens da exposição vertical é o melhor aproveitamento do espaço disponível. Ao utilizar toda a altura dos balcões, o supermercado consegue apresentar uma maior variedade de produtos sem a necessidade de ampliar a área de vendas. Isso é especialmente valioso em lojas de médio e pequeno porte, que precisam otimizar cada metro quadrado para oferecer um sortimento completo. Além disso, a disposição vertical favorece a visibilidade dos produtos, pois mantém os itens alinhados ao campo de visão dos clientes. Com isso, a escolha torna-se mais rápida e prática, estimulando inclusive as compras por impulso, fator importante para categorias de alta rotatividade como presuntos, queijos e embutidos fatiados.
Outro ponto positivo é a organização visual. Quando bem planejada, a exposição vertical permite uma categorização eficiente dos produtos, separando-os por tipos, sabores ou marcas. Essa clareza facilita a jornada de compra e transmite ao cliente a sensação de um ambiente organizado e moderno. Também é importante destacar que a estrutura vertical facilita a reposição dos produtos pela equipe de loja, agilizando o trabalho de abastecimento e reduzindo o risco de ruptura nas prateleiras.
Por outro lado, a exposição vertical também apresenta desafios que precisam ser considerados. Um deles é o risco de produtos ficarem fora da chamada “zona de alcance ideal”, ou seja, fora da faixa de altura que é mais confortável para o cliente visualizar e pegar os produtos. Itens posicionados muito altos ou muito baixos tendem a ter menor giro, o que exige uma estratégia cuidadosa para determinar quais produtos devem ficar em cada nível da exposição.
Outro aspecto que merece atenção é a gestão de validade. Em exposições verticais, é comum que produtos mais antigos fiquem escondidos atrás de produtos recém-colocados, dificultando o controle de prazos e aumentando o risco de perdas. A equipe de loja precisa ser bem treinada para garantir uma rotatividade eficiente e assegurar que o consumidor sempre encontre produtos frescos e dentro do prazo. Além disso, produtos premium, como queijos artesanais ou importados, muitas vezes não têm sua percepção de valor totalmente valorizada em uma exposição vertical padrão. Para esses itens, vitrines horizontais ou composições especiais podem ser mais adequadas, destacando a qualidade superior que esses produtos oferecem.
Outro fator que exige atenção é o controle de temperatura. Em alguns expositores verticais, pode haver variação de temperatura entre as diferentes prateleiras, o que pode comprometer a qualidade de produtos mais sensíveis. É essencial manter a manutenção preventiva dos equipamentos em dia e monitorar constantemente a refrigeração para garantir a segurança alimentar.
Portanto, a exposição vertical de produtos da fiambreria e de queijos fatiados traz inúmeras vantagens, como o melhor aproveitamento do espaço, aumento da visibilidade, organização e facilidade de reposição. Porém, também apresenta desafios relacionados à gestão de validade, posicionamento estratégico dos produtos e manutenção adequada da refrigeração. A decisão sobre utilizar ou não essa estratégia deve ser tomada com base no perfil da loja, no comportamento do consumidor e no mix de produtos oferecido. Muitas vezes, a combinação de exposição vertical para itens de alta rotatividade com vitrines horizontais para produtos premium pode ser a melhor solução, equilibrando eficiência operacional e valorização da experiência de compra.
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