Confira como precificar corretamente as mercadorias para garantir que seu supermercado seja lucrativo ao final de cada mês.
A precificação de produtos em supermercados é uma estratégia essencial para garantir a rentabilidade do negócio. Uma pequena alteração nos preços pode gerar impactos significativos no resultado final da empresa, mas qual é o real tamanho desse impacto? É preciso saber a quantidade exata de vendas necessárias para alcançar os objetivos de lucro e entender o efeito direto dos impostos sobre os resultados. Para isso, é fundamental dominar os métodos de formação de custos e preços.
O processo de formação de preço de venda é mais do que simplesmente calcular o custo de aquisição de um produto. Ele envolve capacitar os gestores a compreender os elementos que formam o preço, como custos fixos e variáveis, margem de lucro e tributação. Além disso, é crucial entender a relação entre o preço final e a rentabilidade do produto, o que, por sua vez, afeta diretamente o lucro da empresa.
Uma parte essencial deste processo é o impacto dos tributos no preço final. Tributos, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), representam uma parcela significativa do custo e devem ser considerados cuidadosamente para garantir que o preço do produto seja competitivo e lucrativo. Métodos como a formação de preço por custeio, o cálculo de mark-up e o custo-meta ajudam a estabelecer um preço que leve em conta não apenas o custo de produção, mas também as margens desejadas, a tributação e os objetivos financeiros da empresa.
EXEMPLO
Para ilustrar a formação de preço de venda em supermercados, vejamos um exemplo prático:
Imagine que um supermercado compre uma caixa de suco por R$ 50,00, contendo 10 unidades, resultando em um custo unitário de R$ 5,00 por litro de suco. Para definir o preço de venda, o supermercado precisa considerar custos adicionais, como impostos, despesas operacionais (energia, salários, transporte) e sua margem de lucro.
Custos indiretos: Suponha que os custos indiretos (despesas fixas e variáveis) sejam de R$ 1,50 por litro de suco.
Tributação: O imposto sobre o produto, como o ICMS, corresponde a 18% sobre o valor de venda.
Margem de lucro desejada: O supermercado quer aplicar uma margem de lucro de 30%.
Agora, aplicando o cálculo de mark-up para determinar o preço de venda:
Custo total por litro: R$ 5,00 (custo de aquisição) + R$ 1,50 (custos indiretos) = R$ 6,50
Mark-up: O mark-up precisa cobrir a margem de lucro e a tributação. Suponha que o mark-up calculado seja de 1,60.
Assim, o preço de venda será:
Preço de venda: R$ 6,50 × 1,60 = R$ 10,40 por litro.
Neste exemplo, o supermercado venderá o litro de suco a R$ 10,40, cobrindo seus custos, incluindo impostos, e atingindo a margem de lucro esperada.
Ferramentas para a determinação de preços auxiliam na análise de sensibilidade do preço, como a elasticidade-preço da demanda, que mede como a variação de preço afeta o volume de vendas. Esses cálculos podem definir o preço maximizador de lucros, sujeito a restrições de mercado. Indicadores como margem EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), market-share e lucratividade são também fundamentais para a formação de preços. Eles permitem que os gestores ajustem suas políticas de preços conforme a realidade do mercado, buscando sempre o ponto de equilíbrio incremental e otimizando a margem de contribuição.
Por fim, a prática de concessão de descontos e a política de preços devem ser pensadas com cuidado, para não prejudicar a margem de contribuição. A formação de preço de venda em supermercados é, portanto, um processo complexo, que exige análise detalhada, conhecimento tributário e aplicação de indicadores financeiros, sempre com o objetivo de garantir a lucratividade e sustentabilidade do negócio.
コメント