Como transformar produtos comuns em produtos de valor no supermercado
- Fabiano Polese
- há 1 hora
- 2 min de leitura
Um dos maiores diferenciais dos supermercados que crescem com rentabilidade é a capacidade de transformar produtos comuns em produtos de valor. Em vez de competir apenas por preço, esses supermercados trabalham percepção, apresentação e experiência — fazendo com que o cliente aceite pagar mais pelo mesmo produto. Essa estratégia protege a margem, fortalece a marca e diferencia a loja no bairro.
O primeiro passo é entender que valor não está apenas no produto, mas na forma como ele é apresentado. Um mesmo item pode ser visto como barato ou valioso dependendo da exposição, da comunicação e do contexto. Um tomate solto em uma caixa desorganizada é percebido como comum. O mesmo tomate, bem selecionado, limpo, organizado, com preço claro e sugestão de uso, passa a ter outro valor aos olhos do cliente.

A apresentação visual é o ponto de partida. Produtos limpos, alinhados, bem iluminados e organizados por tamanho, cor ou tipo geram sensação de qualidade. No FLV, isso é ainda mais evidente: setores bonitos vendem mais e com melhor margem. No açougue, bandejas padronizadas, cortes bem definidos e etiquetas claras valorizam a carne. Na padaria, vitrines organizadas e pão quentinho transformam itens simples em produtos desejados.
A comunicação também agrega valor. Informar origem, modo de preparo, dicas de consumo, benefícios e sugestões faz o cliente entender melhor o produto. Pequenos cartazes com frases como “ideal para”, “receita rápida”, “feito na hora” ou “selecionado” aumentam a percepção de cuidado e justificam o preço.
Outra estratégia poderosa é a criação de kits e soluções prontas. Combinar produtos comuns em uma solução completa muda totalmente a percepção. Um kit de feijoada, um kit de café da manhã, um kit de churrasco ou um kit de sopa transforma itens simples em conveniência. O cliente paga mais porque economiza tempo e esforço — e isso é valor.
Os perecíveis preparados são grandes exemplos de agregação de valor. Carnes temperadas, legumes cortados, frutas embaladas, pães especiais e produtos prontos para consumo têm margens maiores porque resolvem a vida do cliente. Esses produtos diferenciam o supermercado e reduzem a comparação direta de preço com a concorrência.
A história por trás do produto também agrega valor. Produtos regionais, artesanais, fornecedores locais ou itens exclusivos criam conexão emocional. Quando o cliente conhece a origem e sente identidade com o produto, o preço deixa de ser o principal fator de decisão.
O atendimento faz toda a diferença nesse processo. Um colaborador que explica, sugere e orienta aumenta a confiança do cliente. O atendimento consultivo transforma um produto simples em uma boa escolha — e isso gera vendas com maior valor agregado.
A embalagem é outro fator importante. Mesmo embalagens simples, bem feitas e limpas, com etiqueta organizada, passam sensação de profissionalismo. Uma embalagem bem apresentada muda completamente a percepção do produto.
Por fim, transformar produtos comuns em produtos de valor exige disciplina e padrão diário. Não é ação pontual, é cultura. Todos os dias, o supermercado precisa cuidar da apresentação, da comunicação e da experiência. Quando isso acontece, o cliente percebe diferença, confia na loja e aceita pagar mais.
Em resumo, quem agrega valor deixa de competir só por preço. O supermercado que transforma produtos comuns em produtos desejados constrói margem, diferenciação e fidelidade. Valor não é luxo — é estratégia inteligente para crescer com rentabilidade.



























