top of page
Banner CTDE (1).png

Cultura Empresarial no Varejo: Entre o coração das pessoas e o frio dos números

Por Emanuel F. Viacelli – Consultor Empresarial


No setor supermercadista, onde margens de lucro são apertadas e a competitividade é implacável, muitos gestores focam exclusivamente nos números. Porém, existe um elemento invisível — mas decisivo — que separa empresas sustentáveis daquelas que apenas sobrevivem: a cultura organizacional. A cultura, diariamente, toma de café da manhã todos os processos, pessoas, produtos e números que passarão pela empresa ao longo do dia, por isso a sua importância. Mas afinal, o que é cultura empresarial? É o conjunto de valores, crenças, hábitos e comportamentos que norteiam as decisões e as relações dentro da empresa. É o “jeito de ser” da organização, que vai muito além de frases emolduradas na parede.


Emanuel F. Viacelli – Consultor Empresarial
Emanuel F. Viacelli – Consultor Empresarial

Algumas empresas do varejo constroem sua cultura de forma colaborativa, envolvendo todos os níveis da organização. Esse modelo é potente em criar um ambiente mais humano e integrador, onde os relacionamentos são fortalecidos, o clima interno é positivo e há maior senso de pertencimento. Funcionários se sentem parte do negócio, e isso impacta diretamente na experiência do cliente. Contudo, quando essa cultura não é bem equilibrada com metas e controle de desempenho, corre-se o risco de gerar um ambiente harmonioso, porém com resultados financeiros frágeis — um risco alto num setor com margens tão baixas como o supermercadista.


Do outro lado, há empresas que seguem uma cultura de imposição, normalmente centrada na figura do proprietário. Nesses casos, a gestão tende a ser mais direta e voltada para resultados em números. O ponto positivo é claro: foco e eficiência. O dono conhece como ninguém o funcionamento do negócio e carrega consigo uma espécie de “plano mestre” — ainda que muitas vezes não esteja no papel. Entretanto, esse modelo pode limitar a autonomia das equipes, desmotivando colaboradores, aumentando a rotatividade e dificultando a formação de lideranças internas.


Ambos os modelos possuem vantagens e riscos. Enquanto um valoriza pessoas e pode negligenciar o desempenho financeiro, o outro entrega resultado mas corre o risco de virar uma empresa “fria”, onde ninguém se sente parte de um propósito maior. No varejo, onde o sucesso depende tanto da operação eficiente quanto da experiência do cliente — que é entregue por pessoas —, ignorar qualquer um dos lados é um erro estratégico.


A cultura de uma empresa não deve ser nem um muro rígido nem um campo sem cercas. Ela precisa ser um pilar flexível, que respeita os valores humanos mas também garante o controle dos resultados. Empresas supermercadistas que conseguem unir a visão estratégica do dono com o envolvimento genuíno das equipes criam um modelo mais duradouro, saudável e lucrativo. Nesse modelo, metas são claras e compartilhadas, pessoas são ouvidas, mas também são cobradas.


O melhor caminho, portanto, é o equilíbrio. Uma cultura forte no varejo precisa unir o calor humano com a frieza dos números. A liderança deve ser inspiradora, mas também estratégica. O dono precisa dividir seu conhecimento, enquanto os colaboradores precisam se sentir donos do negócio. Quando isso acontece, a cultura vira o verdadeiro diferencial competitivo da empresa — silenciosa, mas poderosa.


Emanuel F. Viacelli – Consultor Empresarial

FEIRA DE NEGÓCIOS PARA
SUPERMERCADISTAS
7 a 9 Abril 2026 - São Paulo

congresso 2026_edited.jpg
Congresso para Supermercados de Bairro
workshop 2026_edited.jpg
Workshop Açougue de Primeira
bottom of page