Estratégias inteligentes de precificação que aumentam lucro sem perder competitividade
- Fabiano Polese
- há 1 dia
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A precificação é uma das decisões mais importantes dentro do supermercado. É ela que determina a competitividade da loja, a margem de lucro, o fluxo de clientes e o posicionamento no bairro. Muitos supermercadistas ainda acreditam que “preço baixo” é sinônimo de sucesso, mas a realidade é muito mais estratégica: quem cresce é quem sabe precificar com inteligência, considerando custo, giro, perfil do cliente e margem ideal. Esse é um tema recorrente no Canal da Expo Supermercados e no Congresso Nacional para Supermercados de Bairro, onde especialistas explicam que precificar não é um ato isolado — é um processo de gestão.

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O primeiro ponto fundamental é entender que cada categoria tem sua margem ideal. Produtos de necessidade básica, como arroz, feijão, açúcar e leite, possuem margens mais apertadas, mas geram fluxo. Já itens de conveniência, bebidas, limpeza e produtos premium permitem margens maiores. Em vez de querer a mesma margem para todos os produtos, o supermercadista inteligente trabalha com equilíbrio e diversidade, construindo lucro no conjunto, e não apenas em um item.
Outra estratégia essencial é dominar o CMV – Custo da Mercadoria Vendida. Sem entender a formação completa do custo — incluindo impostos, descontos, quebras e custos logísticos — o gestor corre o risco de vender sem lucro e nem perceber. Um simples erro de cálculo pode destruir toda a margem do setor. Por isso, acompanhar o CMV diariamente permite ajustes rápidos antes que o prejuízo se torne grande.
A precificação também deve levar em conta o giro do produto. Itens com giro alto suportam margens menores porque vendem rápido e giram o caixa. Já produtos de giro lento acumulam estoque e ocupam espaço, exigindo margens mais altas para compensar o capital parado. Quando o supermercadista analisa o giro com frequência, ele evita erros de compra e precifica de forma mais eficiente.
Outro ponto poderoso é utilizar a precificação psicológica — preços terminados em ,99, ,97, ,49, ou o famoso “de–por” — que aumenta a percepção de desconto. É simples, mas funciona. Porém, precisa ser feito com honestidade e clareza, sem enganos. A transparência fortalece a confiança do cliente.
A análise da concorrência também é indispensável. Mas isso não significa entrar em guerra de preços. Significa saber onde você pode competir, onde pode ser líder e onde não vale a pena disputar. Muitas lojas perdem dinheiro tentando acompanhar gigantes que compram muito mais barato. A estratégia correta é focar nas categorias onde seu supermercado tem força, qualidade e destaque — especialmente perecíveis, onde a concorrência é mais sensível ao valor percebido do que ao preço.
Trabalhar com mais de uma marca por categoria também ajuda a balancear o lucro. Uma marca líder atrai o cliente; uma marca intermediária gera margem; e uma marca econômica oferece opção ao consumidor sensível ao preço. Esse trio cria um mix saudável e competitivo.
A comunicação visual faz parte da precificação. Um preço bem exposto vende mais. Um preço mal colocado ou ausente faz o cliente desistir. Cartazes padronizados, fontes legíveis e oferta destacada aumentam o giro e reforçam a percepção de economia.
Por fim, a precificação deve ser revisada toda semana. Mercados que deixam preços desatualizados perdem competitividade e dinheiro. O líder deve acompanhar relatórios, analisar margem por setor e ajustar aquilo que saiu da linha. A precificação não pode ser estática — ela é viva.
Em resumo, aumentar lucro sem perder competitividade é totalmente possível quando o supermercadista domina custo, giro, margem por categoria, comunicação visual e estratégia de mix. Precificar não é apenas colocar uma etiqueta no produto — é gerenciar o futuro financeiro da loja. E quem aprende a fazer isso com inteligência, cresce com segurança e consistência.









