Gestão de layout lucrativo: Cada metro quadrado precisa gerar resultado
- Fabiano Polese
- há 12 horas
- 3 min de leitura
No supermercado, espaço é dinheiro. Cada metro quadrado ocupado por produtos, equipamentos ou circulação precisa contribuir para o faturamento e a rentabilidade da loja. Muitos supermercados de bairro perdem dinheiro não por falta de clientes, mas por não utilizarem o espaço de forma estratégica. A gestão de espaço lucrativo é um dos pilares para quem deseja aumentar vendas sem ampliar a área física ou investir em grandes reformas.

O primeiro passo é entender que nem todo produto merece o mesmo espaço. Produtos de alto giro e boa margem precisam de destaque e maior área de exposição. Já itens de baixo giro ou margem reduzida devem ocupar menos espaço ou ser substituídos. Quando o espaço não é gerenciado, produtos pouco rentáveis “roubam” área de itens que poderiam gerar mais lucro.
A altura das gôndolas é um fator decisivo. A chamada “linha dos olhos” é o ponto mais valioso da loja. É ali que devem estar os produtos estratégicos, marcas intermediárias e itens de maior margem. Produtos básicos ou de comparação podem ficar em posições inferiores ou superiores. Esse simples ajuste já aumenta vendas sem alterar preços.
Outro ponto fundamental é o uso correto das pontas de gôndola. Esses espaços têm altíssimo poder de venda e não devem ser ocupados aleatoriamente. Pontas devem destacar produtos rentáveis, sazonais, lançamentos ou kits promocionais. Uma ponta bem planejada pode vender várias vezes mais do que o mesmo produto em uma gôndola comum.
A circulação do cliente também precisa ser planejada. O caminho natural dentro da loja deve levar o cliente a percorrer mais setores, passando por produtos estratégicos antes de chegar aos itens básicos. FLV, padaria e açougue são excelentes âncoras de fluxo e devem ser posicionados de forma a estimular o cliente a circular e consumir mais.
Ilhas promocionais e expositores móveis são ferramentas poderosas na gestão do espaço. Eles permitem destacar produtos específicos, criar temas e aproveitar períodos sazonais. Além disso, podem ser reposicionados conforme a estratégia de vendas, sem custo elevado.
O espaço de conveniência, próximo aos caixas, é outro ponto crítico. Pequenos produtos de compra por impulso — como doces, bebidas pequenas, itens de uso rápido e novidades — geram alta margem e aumentam o ticket médio. Subestimar esse espaço é desperdiçar uma das áreas mais lucrativas da loja.
A gestão de espaço também envolve eliminar desperdícios físicos. Áreas mal utilizadas, corredores largos demais, estoques excessivos na área de vendas e equipamentos obsoletos comprometem a eficiência. Reorganizar o layout muitas vezes resolve mais do que expandir a loja.
Os setores de perecíveis merecem atenção especial. Açougue, padaria e FLV precisam de espaço suficiente para exposição bonita e organizada, mas sem exageros que gerem perdas. O equilíbrio entre espaço, giro e reposição é fundamental para garantir lucro nesses setores.
Outro erro comum é manter produtos apenas por tradição ou hábito. A gestão de espaço exige coragem para revisar o mix, retirar itens que não performam e abrir espaço para produtos mais rentáveis. Cada centímetro da loja deve ser avaliado sob a ótica do resultado financeiro.
Por fim, a gestão de espaço lucrativo precisa ser revisada com frequência. Mudanças no comportamento do consumidor, sazonalidades e novos produtos exigem ajustes constantes. O layout não é fixo — ele deve evoluir conforme a estratégia do negócio.
Em resumo, aumentar vendas e rentabilidade não depende apenas de vender mais, mas de usar melhor o espaço disponível. Quando o supermercadista entende que cada metro quadrado precisa gerar resultado, a loja se torna mais eficiente, mais lucrativa e mais preparada para crescer.









