Produtos que dão Lucro: Como identificar e priorizar itens de alta margem no Supermercado
- Fabiano Polese
- há 1 dia
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Vender muito não significa, necessariamente, ganhar mais dinheiro. Muitos supermercados têm bom faturamento, mas margens apertadas, justamente porque não conhecem com clareza quais produtos realmente dão lucro. Para crescer com rentabilidade, o supermercadista precisa aprender a identificar, priorizar e valorizar os itens de alta margem, sem perder competitividade no bairro.
O primeiro passo é entender a diferença entre produto que gera fluxo e produto que gera lucro. Itens básicos como arroz, feijão, açúcar, óleo e leite atraem clientes e ajudam a formar a imagem de preço da loja, mas normalmente trabalham com margens menores. Já produtos de conveniência, marcas intermediárias, itens de valor agregado, perecíveis bem trabalhados e produtos exclusivos costumam gerar margens maiores. O erro está em tratar todos os produtos da mesma forma.

Para identificar os produtos que dão lucro, o supermercadista precisa analisar três indicadores simples: margem bruta, giro e espaço ocupado. Um produto pode ter boa margem, mas giro baixo; outro pode girar rápido, mas com margem mínima. O ideal é encontrar o equilíbrio. Produtos de alta margem e bom giro devem receber mais destaque, melhor exposição e maior espaço na gôndola.
O CMV – Custo da Mercadoria Vendida é outro ponto decisivo. Conhecer o custo real do produto evita vender no prejuízo sem perceber. Muitos produtos parecem lucrativos, mas, quando se consideram impostos, quebras, perdas e custos operacionais, a margem desaparece. Acompanhar o CMV regularmente permite ajustar preços e proteger o lucro.
Os setores de perecíveis merecem atenção especial. Açougue, padaria e FLV, quando bem gerenciados, são grandes geradores de margem. Cortes especiais, produtos preparados, pães diferenciados, frutas selecionadas, embalagens a vácuo e itens prontos para consumo agregam valor e aumentam o lucro. Esses produtos também diferenciam o supermercado da concorrência.
Outro grupo importante são os produtos de marca própria, regionais ou exclusivos. Quando o cliente só encontra determinado item na sua loja, a comparação de preço diminui e a margem aumenta. Trabalhar fornecedores locais, produtos artesanais e marcas diferenciadas cria identidade e fortalece a rentabilidade.
A exposição estratégica faz toda a diferença na venda dos produtos de alta margem. Itens lucrativos devem estar em pontos nobres da loja: altura dos olhos, pontas de gôndola, ilhas e entradas. Produtos escondidos dificilmente vendem, por melhor que seja sua margem. O layout precisa trabalhar a favor do lucro.
Outro erro comum é manter produtos que não vendem e não dão margem apenas por hábito. O supermercadista precisa ter coragem de revisar o mix, retirar itens que não performam e abrir espaço para produtos mais rentáveis. Cada centímetro de gôndola precisa gerar resultado.
A equipe também tem papel fundamental. Colaboradores que conhecem os produtos e entendem quais itens devem ser priorizados conseguem orientar melhor o cliente, sugerir alternativas mais rentáveis e aumentar o valor da compra. Treinar a equipe para vender com consciência de margem é uma estratégia poderosa.
Por fim, produtos que dão lucro precisam ser acompanhados constantemente. O mercado muda, o cliente muda, os custos mudam. Revisar o mix, acompanhar resultados e ajustar estratégias faz parte da rotina de um supermercado empreendedor.
Em resumo, crescer com rentabilidade exige foco. Não é vender tudo para todos, mas vender melhor aquilo que realmente gera lucro. Quando o supermercadista identifica seus produtos mais rentáveis e os coloca no centro da estratégia, o resultado aparece no caixa — e no futuro do negócio.









