Ponto Focal na Gôndola: Como a altura dos produtos impacta as vendas no supermercado
- Fabiano Polese
- 7 de set.
- 3 min de leitura
Quando falamos em estratégias de vendas no supermercado, muitas vezes pensamos em promoções, preços atrativos e variedade de produtos. Mas existe um detalhe silencioso e poderoso que influencia diretamente a decisão de compra do cliente: a altura em que os produtos estão expostos na gôndola. Esse conceito é conhecido como ponto focal, e pode transformar a maneira como o consumidor percebe e escolhe os itens no ponto de venda.
A gôndola não é apenas um espaço de exposição, mas sim uma ferramenta estratégica. Cada prateleira tem um propósito específico e deve ser planejada de acordo com o comportamento do consumidor. Vamos entender como isso funciona na prática.
Altura dos olhos: o espaço nobre para produtos premium
O espaço que fica na linha dos olhos é considerado o mais valioso da gôndola. É nessa altura que os produtos recebem maior visibilidade, já que naturalmente é para onde o cliente olha primeiro. Por isso, esse local é ideal para posicionar produtos premium, marcas de maior valor agregado e itens com margens mais altas.
Aqui, o consumidor não precisa se esforçar para ver o produto — ele simplesmente se depara com ele, aumentando a chance de compra por impulso. Esse é o local perfeito para destacar diferenciais e conquistar o cliente pela percepção de qualidade.
Altura das mãos: praticidade e produtos de alta rotação
Logo abaixo da linha dos olhos, encontramos a altura das mãos. Esse é um espaço estratégico porque permite fácil acesso e manuseio dos produtos. É nele que devem estar os itens de alta rotação, ou seja, aqueles que fazem parte da compra recorrente do cliente.
Produtos básicos e de consumo frequente, como leite, arroz ou óleo, ficam bem posicionados nessa faixa. Assim, o cliente encontra rapidamente o que procura, o que fortalece a fidelidade e garante o giro constante do estoque.
Altura média: promoções e preços baixos
Na altura média, geralmente um pouco abaixo das mãos, ficam os produtos de baixo preço (low price) ou aqueles que estão em promoção. Mesmo não estando no campo de visão direto, eles ainda são acessíveis e despertam o interesse dos consumidores que buscam economia.
Essa é a faixa perfeita para atrair o olhar de quem percorre a gôndola em busca de descontos e ofertas especiais. O cliente pode não ter planejado levar determinado produto, mas ao ver o preço atrativo e a posição de destaque, acaba sendo incentivado à compra.
Altura inferior: produtos grandes e itens infantis
A última prateleira, mais próxima ao chão, costuma ser reservada para produtos maiores e mais pesados, como caixas de leite, fardos de refrigerante ou pacotes de papel higiênico. Essa posição facilita o manuseio, já que o consumidor não precisa erguer peso em excesso.
Além disso, essa altura é estratégica para itens destinados ao público infantil, justamente porque estão ao alcance das crianças, que influenciam a decisão de compra dos pais. Chocolates, biscoitos e produtos lúdicos ganham espaço aqui, estimulando o chamado “poder de convencimento” dos pequenos.
A importância da estratégia de exposição
Organizar a gôndola de forma estratégica não é apenas uma questão de estética, mas de inteligência de vendas. Ao alinhar o posicionamento dos produtos com os hábitos de compra do consumidor, o supermercado consegue:
Aumentar a lucratividade, ao destacar produtos de maior margem.
Otimizar a experiência de compra, tornando mais fácil encontrar itens essenciais.
Impulsionar promoções e ofertas, dando visibilidade ao que está em destaque.
Ampliar o ticket médio, ao estimular compras por impulso em locais estratégicos.
Super Dica de como expor para vender mais
O ponto focal na gôndola mostra como cada detalhe dentro de um supermercado faz diferença no resultado final. Saber onde colocar cada produto é uma arte que mistura psicologia do consumo e gestão de vendas. Não se trata de preencher prateleiras, mas de criar uma jornada de compra inteligente e eficiente.
Quando o supermercado aplica esse tipo de estratégia, transforma o simples ato de abastecer uma loja em um diferencial competitivo poderoso, capaz de aumentar vendas, melhorar margens e fidelizar clientes.
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