Precificação Inteligente: Como definir preços competitivos sem perder rentabilidade
- Fabiano Polese
- há 5 dias
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Definir o preço de venda de um produto em um supermercado é muito mais do que aplicar uma margem sobre o custo. No varejo alimentar, onde a concorrência é acirrada e as margens são apertadas, a precificação precisa ser inteligente, estratégica e ajustada constantemente à realidade do mercado, do consumidor e dos custos internos. Para novos empreendedores supermercadistas, entender esse processo é essencial para garantir competitividade sem comprometer a rentabilidade.

O primeiro passo é conhecer com clareza o custo real do produto, incluindo o valor de compra, os impostos incidentes, os custos operacionais (como energia, pessoal, perdas, etc.) e, se possível, o custo por categoria de produto. Com isso em mãos, o empreendedor pode aplicar margens mais justas e equilibradas. É comum que produtos com alta concorrência e sensíveis ao preço, como arroz, feijão, leite e açúcar, tenham margens menores, enquanto itens de necessidade complementar ou de maior valor agregado possam compensar com margens maiores.
Outro aspecto importante é acompanhar os preços da concorrência local. Mas atenção: precificar apenas com base no que o vizinho cobra é um erro comum. O preço do concorrente deve servir como referência, mas nunca como única base para decisão. Cada supermercado tem sua estrutura de custos, público e proposta de valor. Uma loja de bairro, por exemplo, pode praticar preços um pouco mais altos em função da conveniência e proximidade, desde que ofereça atendimento, variedade e ambiente adequados.
A precificação inteligente também considera o comportamento do consumidor. Existem produtos que funcionam como “termômetros de preço” — aqueles que o cliente conhece bem o valor médio e usa como base para julgar se a loja é cara ou barata. Esses itens devem ser monitorados com atenção especial. Já produtos de consumo ocasional ou novidades podem ter mais liberdade na formação de preço, especialmente se forem bem expostos e comunicados.
Por fim, é fundamental contar com ferramentas — mesmo que simples — para revisar os preços periodicamente. Planilhas, relatórios de venda, margem por categoria e comparativos com o mercado ajudam o gestor a tomar decisões baseadas em dados, e não apenas em achismo. A precificação não deve ser uma tarefa estática: ela precisa acompanhar os custos, o mercado e as metas de rentabilidade da empresa.
Definir preços que sejam competitivos e sustentáveis é um dos maiores desafios do varejo alimentar. Mas com atenção aos custos, ao comportamento do consumidor e ao posicionamento da loja, é possível montar uma estratégia de precificação que equilibre volume, margem e valor percebido. No fim das contas, precificar bem é um dos segredos para manter o negócio saudável e competitivo no longo prazo.
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